Advogado do senador boliviano Roger Molina, Fernando Tibúrcio divulgará uma nota oficial, hoje, com novas revelações a respeito de uma operação secreta do Itamaraty – não concretizada – para retirar seu cliente da embaixada brasileira de La Paz, num acordo envolvendo os governos do Brasil e da Bolívia.
O caso foi noticiado por O Estado de S.Paulo.
De acordo com Tibúrcio, entre as exigências acertadas para a saída de Molina de La Paz estavam o compromisso de renunciar ao asilo político que lhe foi concedido pelo Brasil e fechar o bico: “se abster de criticar o governo Evo Morales”, informa a nota.
Molina, se tudo desse certo, seria transportado para Nicarágua ou Venezuela. Tibúrcio classifica o plano como “lamentável”, “ideia insensata” e “proposta indecente”.
O advogado afirma ainda que a negociação teria começado no mesmo período em que os torcedores do Corinthians foram presos em Oruro, acusados de atirar um rojão que matou um adolescente boliviano, num jogo válido pela Libertadores da América do ano passado.
A conversa, de acordo com Tibúrcio, teria passado por uma possibilidade escabrosa. Diz a nota:
- Numa reunião em Cochabamba, o chanceler boliviano David Choquehuanca teria proposto ao seu congênere Antonio Patriota que o embaixador brasileiro Marcel Biato – muito crítico dos desmandos do governo Evo Morales – fosse afastado das tratativas para a libertação dos torcedores, condição com a qual o nosso chanceler assentiu. Ao que parece, Choquehuanca foi mais além e teria proposto trocar a liberdade dos corintianos pela de Roger Molina. Essa segunda e estapafúrdia proposta teria sido rechaçada por Patriota.
Tibúrcio reiterou ainda uma denúncia de que teria sido ameaçado pelo secretário-geral do Itamaraty, Eduardo dos Santos:
- Em meados de setembro do ano passado, que o meu cliente seria expulso do País caso fosse à Câmara dos Deputados a convite do deputado oposicionista Otávio Leite. Em resposta, expressei toda a minha indignação e deixei claro que não me curvaria a esse tipo de ameaça.
Por Lauro Jardim