ASSISTA MISSÃO BOLÍVIA, COMPLETO NO YOU TUBE

Criticada no passado por estatizações, Bolívia arranca elogios por expansão e estabilidade

Políticas sociais adotadas no governo de Evo Morales 
triplicaram renda e reduziram desigualdade

"Sem o FMI, estamos melhor". A declaração do presidente boliviano, Evo Morales, durante a abertura de uma conferência internacional sobre os direitos indígenas na última segunda-feira, em Santa Cruz de la Sierra, foi apenas sua mais recente crítica ao Fundo Monetário Internacional.

Em fevereiro, ele disse que a instituição deveria ressarcir os danos que causou ao longo de 20 anos de políticas neoliberais na América Latina.

As constantes críticas contrastam com o tom elogioso do último relatório do fundo sobre o país, que parabeniza a Bolívia por sua boa gestão econômica e pelo rápido crescimento do PIB (Produto Interno Bruto).

Os números preliminares indicam que a nação mais pobre da América do Sul cresceu 6,5% no ano passado, o melhor resultado em três décadas. Mas não se trata de um dado positivo isolado. De 2007 a 2012, a expansão anual média do PIB no país foi de 4,8%. E, para este ano, o FMI projeta um crescimento acima de 5%.
Política prudente

Analistas de mercado atribuem os bons números a uma política econômica prudente que soube aproveitar o cenário favorável de alta do preço do gás – principal produto boliviano.

"Há vários anos, o desempenho macroeconômico da Bolívia tem sido muito bom. Essa performance, ativamente apoiada em políticas sociais, ajudou a aumentar em quase três vezes a renda média da população e reduziu a pobreza e a desigualdade", afirmou recentemente Ana Corbacho, economista que chefiou a última missão de monitoramento do FMI ao país, em conferência com jornalistas.

Além de incensada pelo FMI, a administração do autointitulado governo socialista também é bem avaliada pelo Banco Mundial e a Economist Intelligent Unit - consultoria ligada à revista inglesa The Economist, crítica costumaz do ministro da Fazenda brasileiro, Guido Mantega. A agência de classificação de risco Moody’s também tece elogios à administração Morales e reconhece até mesmo aspectos positivos na nacionalização do setor de petróleo e gás em 2006.